Quando foi que respiramos profundamente nos últimos dias, tratando de
perceber nosso sistema respiratório de forma mais carinhosa e
respeitosa? Não é pretensão e arrisco dizer que a maioria não sabe nem
vagamente quando fizeram isso. Não guardam recordação nenhuma e muito
menos consideram importante tal atitude. Atribulados no frenesi diário
não há espaço para observar a vida em si trabalhando incansavelmente.
Entretanto em determinado momento uma ação qualquer pode trazer para
perto de todos indistintamente, uma lembrança mais ou menos intensa. Por
vezes nem é necessário algo especial e sim apenas um pouco mais de
silêncio. Cores, sons, cheiros e os sentidos trabalham para tentar
reconstruir o teatro da vida em tempos passados e nesses palcos quase
nunca estamos sós.
E não estamos mesmo.
Quando então esta presença é sentida vem a saudade com todas as
gravações da alma, sejam boas ou ruins. É quando então um filtro é
ativado, depurando as experiências que as acompanham.
Essas experiências são sementes com um único fim. Crescer. De uma
maneira ou de outra deixaremos de ser crianças espirituais.
E sempre a consciência - suprema líder - é que nos manterá em paz...ou não.
Interessante que este quadro não escolhe quem atingir. Não se importa
se acredita em algo ou não. É um fator natural e tudo que desta mãe
nasce traz uma inteligência no mínimo intrigante. Daquelas que faz o
mais cético ao menos silenciar.
Quem acredita trabalha mais com sensações. Tem nelas uma companhia
salutar. Percebe presenças sutis a manifestarem-se de mil formas
diferentes. É uma harmoniosa ligação com quem não está momentaneamente
lado a lado fisicamente, mas que de alguma forma continua presente no
embalo cósmico dos tempos.
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