2 de fev. de 2010

Janeiro

Todos os anos tiro o mês de janeiro para o silêncio, por isso, começo o ano, aqui, a partir de fevereiro, meu primeiro.
O primeiro, janeiro, é mês de férias. Na praia. Verão. Banho de chuva. Banho de mar. Grama.
Gana.
Areia. Como não mais tenho esse mês para o descanso, silencio em lembrança de tempos passados que escorrem entrem os dedos.
Janeiro.
O silêncio de parabéns pelo seu aniversário que não me foi retribuído.
O silêncio. A saudade. Janeiro.
Trinta e um dias pensando, calculando, jurando, para acabar tudo ao contrário dia primeiro. De fevereiro.
Janeiro.
O fôlego no peito para os próximos onze meses. Mas esse primeiro me parece ser o mais duro de atravessar.
Mudo. Agora mais. Só. Cabeça cheia, coração apertado.
Pensando, pensando, pensando...
Tenho fome. Jurei: academia, salada, corpo de 20. Tudo acaba dia primeiro.
Sétimo o andar, no apartamento setenta e quatro. Quantos passos pra chegar até aqui.
Cansei. Não quero falar nada em janeiro.
Tenho sede. Cai a chuva. Tão forte que não ouço minha voz aqui dentro.
Mas prometem: tudo acaba dia primeiro.
Chega logo esse futuro. Janeiro é presente. Tempo suspenso no ar. Mova tudo dia primeiro. De fevereiro.
Pra onde eu vou, O que vou dizer. Vão gostar de mim ou vão me esquecer também?
Ser julgada novamente. Descrente. Por isso não quero esse mês.
Janeiro.
Me faz lembrar o amor. Da dor. Da cor. Castanha enrolada como cachos com doze uvas. Um pedido para cada mês. Dia trinta e um, ops, primeiro.
Feliz ano novo.
Bom princípio.

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